Objetivos do Milênio: será que conseguimos?
Em 2000, o mundo se deu 15 anos para amenizar seus maiores problemas. A Cúpula do Milênio das Nações Unidas, realizada em Nova Iorque, decidiu que havia oito grandes questões a serem enfrentadas urgentemente até 2015, entre elas acabar com a fome, proteger o meio ambiente e melhorar o acesso à educação. O mundo então concordou em se impor desafios, que resultaram em Objetivos do Milênio, e atingi-los tornou-se um compromisso mundial. Perto da data estabelecida, algumas metas foram atingidas; outras, não. Mas ainda há tempo de chegar ao patamar mínimo para um mundo melhor.
O que foi alcançado até agora?
Em julho desse ano, as Nações Unidas publicaram um balanço dos ODM. O relatório aponta que três foram atingidos, enquanto os demais tópicos evoluíram, mas ainda não chegaram à meta estabelecida.
Foram alcançados os objetivos 1, 3 e 8. No objetivo 1, combate à pobreza e à fome, os resultados foram bons. A primeira meta era reduzir pela metade a proporção de pessoas que ganham menos de 1 dólar por dia e que são subnutridas. O percentual de gente que vive abaixo do patamar financeiro estabelecido caiu de 36% em 1990 para 18% em 2012. O de desnutridos baixou de 23,6% para 14,3%, respectivamente, mas, segundo a ONU, dada a tendência de queda, os números de 2015 ficarão abaixo de 11,8%.
O objetivo 3 era atingir igualdade de gênero. De acordo com a ONU, a maioria dos países hoje não veta a presença de meninas em instituições de ensino e a presença feminina é semelhante à de meninos. Além disso, a participação das mulheres na política tem crescido globalmente.
Já o objetivo 8 determinava uma parceria global entre os países para o desenvolvimento. A carga da dívida dos países menos desenvolvidos, por exemplo, se manteve estável, e as exportações destas nações para as mais ricas têm crescido, o que estimula o crescimento econômico onde ele é mais necessitado. A ajuda internacional a países em desenvolvimento chegou a US$134 bilhões em 2013, um recorde que comprova o compromisso com a ajuda mútua.
Ainda falta um pouco
O alcance dos demais objetivos está cada vez mais próximo, porém não deve chegar até 2015. No caso do objetivo 2 (universalizar a educação primária), os avanços foram significativos. Atualmente, 90% das crianças em idade escolar no mundo frequentam a escola, de 83% em 2000. No entanto, ainda faltam 58 milhões de matrículas para a meta ser batida.
O objetivo 4 pretendia reduzir em 2/3 a mortalidade infantil até cinco anos de idade. Conseguimos chegar a quase 50%, mas ainda temos 48 mortes por mil nascimentos, de 90 em 1990.
O objetivo 5 estabelece que em 2015 a mortalidade materna seria reduzida em 75%. Aqui também há muito trabalho pela frente. A redução foi de 45% – de 380 mortes a cada cem mil partos para 210, número ainda elevado.
O sexto objetivo foi atingido parcialmente. Ele manda reduzir a expansão da AIDS e cortar os casos de malária em 50%. O número de registros de infecção por HIV no mundo caiu 44% de 1990 a 2012, mas os casos de malária foram reduzidos em 42%. Ainda assim, um bom resultado.
O Objetivo 7 – garantir a sustentabilidade ambiental – também foi atingido parcialmente. A biodiversidade continua diminuindo e milhões de hectares de florestas continuam sendo perdidos anualmente. Por outro lado, a meta de diminuir pela metade a quantidade de pessoas sem acesso a água potável foi atingida. Hoje apenas 11% da população se encontram nessa situação, ante 24% em 1990.
“Um progresso contínuo rumo aos objetivos do milênio nos próximos anos é essencial para prover uma fundação sólida para a agenda de desenvolvimento pós-2015”, afirma o sub-secretário geral das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais, Wu Hongbo.
Brasil: nós podemos mais!
Por aqui a situação é parecida com a do mundo – alguns objetivos foram atingidos, mas ainda há muito a se fazer. O primeiro objetivo – reduzir a fome e a miséria – foi atingido em 2010. O acesso ao ensino básico (objetivo 2) também alcançado, enquanto o 3 (igualdade de gêneros) tem evoluído, mas ainda há disparidades no mercado de trabalho e na universidade.
No que se refere à mortalidade infantil (objetivo 4), também já chegamos lá. A taxa passou de 53,7 em 1990 para 17,7 óbitos por mil nascidos vivos em 2011.
Em relação à mortalidade materna (objetivo 5), o país enfrenta desafios. De 1990 a 2011, a taxa de mortalidade materna brasileira caiu em 55%, passando de 141 para 64 óbitos por 100 mil nascidos vivos. A meta, no entanto, era alcançar 75% de redução.
No objetivo 6 (diminuir o ritmo de crescimento dos casos de Aids e outras doenças infecciosas), o país está dentro das metas. Conseguiu estabilizar o número de pessoas com HIV e tem reduzido a incidência de outros males, como malária e tuberculose.
Já no 7 (garantir a sustentabilidade), o governo alega estar dentro dos objetivos – a taxa de desmatamento tem caído e diminui a mais da metade a quantidade de pessoas sem acesso a água potável.
Finalmente, no objetivo 8 (estabelecer parceria global pelo desenvolvimento), o país tem participado ativamente de diversos fóruns com esse fim.
Como posso ajudar?
Como visto, ainda há muito a ser feito. Quer ajudar? Veja aqui sugestões de como colaborar para o país e o mundo atingir os objetivos do milênio. Em outra página, você pode ver o quanto cada município ou estado ainda precisa fazer para atingir todas as metas. Dá uma olhada!