Diabetes infantil: aprenda um pouco mais!




A quantidade de crianças com diabetes no Brasil e no mundo está crescendo, apontam números do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Como sempre, os pequenos são os pacientes mais vulneráveis e mais necessitados de ajuda, sobretudo no caso de uma doença que demanda cuidados constantes.

“O problema é que nem sempre as pessoas têm educação e recursos suficientes para realizar um tratamento adequado, pois é preciso alterar a rotina da família e da escola para que a criança tenha uma vida saudável”, lamenta a médica Cláudia Filatro, também diretora da ONG Pró-Crianças e Adolescentes Diabéticos (ONG JD). A organização realiza ações educativas, assistenciais e de promoção de direitos de diabéticos menores de idade em diversas cidades brasileiras.

De acordo com o Ministério da Saúde, 6,4 milhões de pessoas são portadores de diabetes no Brasil. Desse total, 10% são crianças ou adolescentes. A variedade mais comum entre os menores é o tipo 1, cuja causa é desconhecida.

O tratamento, no entanto, já está consolidado. Além de injeções diárias de insulina, hormônio responsável pela absorção de açúcares e gorduras pelas células sanguíneas, é preciso controlar a alimentação e praticar exercícios. Os três elementos, no entanto, nem sempre são de simples aplicação, pois os medicamentos são caros e fora de casa é complicado controlar o que as crianças comem.

Com apoio de voluntários e empresas, e com muito trabalho junto à Justiça, a ONG JD já conseguiu tornar obrigatório na rede pública o fornecimento de material adequado ao tratamento infantil, como agulhas mais finas e curtas, menos sujeitas a provocar machucados, e equipamentos de medição de glicose, que precisa ser controlada várias vezes ao dia. Além disso, a entidade conseguiu, em algumas cidades, que o poder público fornecesse uma alimentação escolar própria para diabéticos, ou seja, sem açúcar e pouquíssima gordura.

“É uma questão de cidadania as crianças terem acesso a remédios e equipamentos


Claudia Filatro, presidente da ONG JD

necessários à sua sobrevivência, além de uma boa alimentação”, lembra Claudia.

Há, inclusive, uma petição online disponível com as principais reivindicações das organizações e médicos que tratam de diabetes tipo 1, que em breve deve ser encaminhada ao Congresso para que seu conteúdo se torne lei. 

Família

Além poder público, o bem estar da criança diabética depende muito da família.“Isto porque 99% do tratamento é feito em casa”, afirma Claudia.O problema, dizem os especialistas, é incorporar a nova rotina. “[Alguns pais] evitam aplicar insulina e liberam alimentos inadequados acreditando que estão fazendo seus filhos sofrer menos, mas não imaginam a armadilha em que estão caindo”, alerta o endocrinologista Walter Minicucci, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologista, em seu site.

Segundo ele, boas soluções são incorporar alimentos sem gordura à dieta familiar e introduzir a prática diária de exercícios à rotina familiar, além de, se necessário, fazer lanches para a criançada levar à escola.

“São hábitos simples que beneficiam a todos na família” resume Claudia.

Dicas de tratamento

A página do endocrinologia Walter Minicucci possui dicas importantes sobre o tratamento de diabetes tipo 1. Veja as principais instruções no link: http://www.walterminicucci.com.br/index.php/meu-filho-tem-diabetes-e-agora

O que é diabetes

O diabetes consiste na incapacidade do pâncreas de produzir suficientemente insulina, hormônio responsável por absorver e metabolizar o açúcar nas células sanguíneas. Se não for tratada, a doença pode acarretar em problemas como perda de visão, alterações nos rins, atrofias musculares e complicações cardiovasculares.